segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Um exemplo, quem sabe um dia aprendemos com eles...

O nome dele é Caramelo! Não é lindo! 
Um exemplo de lealdade e amor aos donos. 
"O vira-lata Caramelo ajudou a resgatar os corpos de seus donos, soterrados durante a chuva da semana passada, e não arredou pé da sepultura deles. 

Ele vivia com sua dona, Cristina Maria Cesário Santana, e outras três pessoas numa casa do bairro Caleme, um dos mais devastados em Teresópolis. A casa foi soterrada e a família morreu. O cão escapou, mas ficou cavando até localizá-los.
Quando as equipes de resgate chegaram ao local, foram guiadas por Caramelo até os corpos. Ele foi resgatado pela ONG Estimação. Não queria sair do lado da cova de sua dona e agora está muito carente. Pula no colo de qualquer pessoa que se aproxime." 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/861565-cao-ajuda-a-resgatar-corpos-de-seus-donos-em-teresopolis-rj.shtml

sábado, 15 de janeiro de 2011

ATITUDE

Gostei do que vi! A Presidenta Dilma vai às regiões atingidas pela chuva, anda, conversa com responsáveis, vê o povo de perto, procura soluções que minimizem a situação arrasadora. 
Há quem diga: "Não fez mais que obrigação..." Concordo,no entanto, há muito não via uma cena na qual um Chefe de Estado,  sai de seu conforto e vai a luta. Ver de perto o que acontece com seu povo.
É isso Presidenta! Lado a lado com seu povo!

Presidenta!

 

Recebi um email de uma amiga, Patrícia Cláudia,  além de concordar plenamente, achei pertinente dividir com vocês:

"Essa guerrinha linguística está irritando: desde que o Alexandre Garcia fez aquela brincadeira tosca num Bom Dia Brasil de que é errado falar presidenta, se não teríamos que falar gerenta, estudanta e seríamos uma anta.... desde então, a garnde imprensa toda assumiu essa bizarrice de "a presidente". No vocabulário ortográfico da Língua Portuguesa está grafado: presidenAAAAAAAAAAA existe sim!!!! Não está sendo inventado agora, está sendo usado agora porque só agora temos uma mulher na presidência. Se não usamos antes é porque não tínhamos uma presidenta! Simples assim".
Vejam que primor o artigo do meu ídolo Marcos Bagno:


O Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma “presidenta”, que assim seja chamada

Se uma mulher e seu cachorro estão atravessando a rua e um motorista embriagado atinge essa senhora e seu cão, o que vamos encontrar no noticiário é o seguinte: “Mulher e cachorro são atropelados por motorista bêbado”. Não é impressionante? Basta um cachorro para fazer sumir a especificidade feminina de uma mulher e jogá-la dentro da forma supostamente “neutra” do masculino. Se alguém tem um filho e oito filhas, vai dizer que tem nove filhos. Quer dizer que a língua é machista? Não, a língua não é machista, porque a língua não existe: o que existe são falantes da língua, gente de carne e osso que determina os destinos do idioma. E como os destinos do idioma, e da sociedade, têm sido determinados desde a pré-história pelos homens, não admira que a marca desse predomínio masculino tenha sido inscrustada na gramática das línguas.


Somente no século XX as mulheres puderam começar a lutar por seus direitos e a exigir, inclusive, que fossem adotadas formas novas em diferentes línguas para acabar com a discriminação multimilenar. Em francês, as profissões, que sempre tiveram forma exclusivamente masculina, passaram a ter seu correspondente feminino, principalmente no francês do Canadá, país incomparavelmente mais democrático e moderno do que a França. Em muitas sociedades desapareceu a distinção entre “senhorita” e “senhora”, já que nunca houve forma específica para o homem não casado, como se o casamento fosse o destino único e possível para todas as mulheres. É claro que isso não aconteceu em todo o mundo, e muitos judeus continuam hoje em dia a rezar a oração que diz “obrigado, Senhor, por eu não ter nascido mulher”.


Agora que temos uma mulher na presidência da República, e não o tucano com cara de vampiro que se tornou o apóstolo da direita mais conservadora, vemos que o Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma presidenta, oficializou essa forma em todas as instâncias do governo e deixou claro que é assim que deseja ser chamada. Mas o que faz a nossa “grande imprensa”? Por decisão própria, com raríssimas exceções, como CartaCapital, decide usar única e exclusivamente presidente. E chovem as perguntas das pessoas que têm preguiça de abrir um dicionário ou uma boa gramática: é certo ou é errado? Os dicionários e as gramáticas trazem, preto no branco, a forma presidenta. Mas ainda que não trouxessem, ela estaria perfeitamente de acordo com as regras de formação de palavras da língua.

Assim procederam os chilenos com a presidenta Bachelet, os nicaraguenses com a presidenta Violeta Chamorro, assim procedem os argentinos com a presidenta Cristina K. e os costarricenses com a presidenta Laura Chinchilla Miranda. Mas aqui no Brasil, a “grande mídia” se recusa terminantemente a reconhecer que uma mulher na presidência é um fato extraordinário e que, justamente por isso, merece ser designado por uma forma marcadamente distinta, que é presidenta. O bobo-alegre que desorienta a Folha de S.Paulo em questões de língua declarou que a forma presidenta ia causar “estranheza nos leitores”. Desde quando ele conhece a opinião de todos os leitores do jornal? E por que causaria estranheza aos leitores se aos eleitores não causou estranheza votar na presidenta?


Como diria nosso herói Macunaíma: “Ai, que preguiça…” Mas de uma coisa eu tenho sérias desconfianças: se fosse uma candidata do PSDB que tivesse sido eleita e pedisse para ser chamada de presidenta, a nossa “grande mídia” conservadora decerto não hesitaria em atender a essa solicitação. Ou quem sabe até mesmo a candidata verde por fora e azul por dentro, defensora de tantas ideias retrógradas, seria agraciada com esse obséquio se o pedisse. Estranheza? Nenhuma, diante do que essa mesma imprensa fez durante a campanha. É a exasperação da mídia, umbilicalmente ligada às camadas dominantes, que tenta, nem que seja por um simples -e no lugar de um -a, continuar sua torpe missão de desinformação e distorção da opinião pública.


Marcos Bagno é professor de Linguística na Universidade de Brasília